Como se explica o texto do livro de Êxodo 34.6 e 7: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta gerações”?
Quando se analisa esse texto, a tendência geral é destacar a afirmação de que Deus castiga os filhos, e até os netos e os bisnetos pelos pecados dos pais. Então surge a pergunta: Mas como Deus pode castigar filhos, netos e bisnetos que não têm culpa dos pecados cometidos pelos pais, avós e bisavós? É claro que esse não é o destaque correto nesse texto. O que aqui se ensina verdadeiramente consiste nas seguintes três grandes verdades: 1 – Deus castiga severamente o pecado; 2 – Deus perdoa misericordiosamente o mal e o pecado; 3 – Deus garante que a sua misericórdia dura milhares de gerações, enquanto que a sua ira, dura apenas três gerações. Entenda-se, portanto, isto: Se um filho, neto ou bisneto continuam no pecado do pai e não se arrependem, eles sofrerão o castigo correspondente ao seu pecado. Se o filho, neto ou bisneto de um pecador que viveu sem se arrepender, se arrepende e confia em Deus, vale para este filho, neto ou bisneto a promessa de misericórdia e de perdão de Deus, pois estes não podem ser anulados. É, pois, a misericórdia eterna de Deus, e não o seu juízo, que está em destaque nesse texto. Se é verdade que Deus castiga o pecado de quem não se arrepende, é verdade também que a sua misericórdia interrompe o castigo, SEMPRE que houver arrependimento. Por isso, é certo que o filho do pecador tem a promessa do perdão e da misericórdia de Deus, se ele viver na fé e no arrependimento, ainda que o pai tinha pecado, não cresse e não se arrependesse. Deus é extremamente severo quando tem que castigar. Isso nos deve servir de advertência. Mas ele é infinitamente misericordioso e perdoador. Isso nos deve animar e consolar.