A mulher cristã pode se pintar e usar jóias e adornos?
Na sua Primeira Carta, capítulo 3, versículos.3 e 4, o apóstolo Pedro diz: “Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.”
Não devemos incorrer no erro de interpretar este texto como proibição à mulher cristã de se adornar (enfeitar-se) com cosméticos, penteados e vestimenta. De forma alguma a Bíblia proíbe à mulher cristã cuidar do seu aspecto, nem está ela determinando quais as roupas, as jóias ou os penteados que ela deve ou não deve usar. O que a Bíblia diz é que a mulher cristã não considere a sua aparência exterior, como a formosura, uma virtude diante de Deus; nem que ela pense que estando adornada exteriormente, ela esteja bela diante de Deus, pois o que realmente importa a Deus é que ela esteja adornada interiormente com virtudes espirituais.
Diante das pessoas, porém, o adorno exterior da mulher cristã é importante. Tanto é verdade isso, que uma mulher cristã envergonharia o Evangelho se ela saísse da cozinha diretamente para a igreja, sem trocar de roupa; ou se a que é secretária de um diretor de empresa, se apresentasse da mesma forma como a que trabalho em uma fábrica.
Portanto, a regra que deve prevalecer é a moderação que tanto evita o exagero, quanto foge do desleixo. A mulher cristã não chama a atenção sobre si mesma, nem pela vaidade pessoal, nem pelo desmazelo. Mas, assim como em palavras e gestos, também nos seus adornos (roupas, penteados, cosméticos e jóias), ela procura deixar que Cristo apareça e seja glorificado. A mulher cristã será sábia se não adotar imediatamente uma moda nova decente, mas se esperar até que ela esteja generalizada, como também, se ela não insistir em modas antigas, pois estas podem chamar mais atenção do que o faz o uso de uma moda nova. Foi assim que mulheres cristãs historicamente foram passando do uso de roupas e ornamentos típicos da era primitiva (tempo de Jesus), para o uso típico da idade média, e daí para o uso característico do século passado, e deste para a roupa usada hoje.
Mais uma consideração é importante fazer aqui. Entendemos como perigoso e nocivo à vida espiritual, leis como estas que exigem dos crentes atitudes exteriores, porque, por trás da promulgação de tais leis, e no espírito de quem as cumpre, está sempre presente a intenção de se justificar a pessoa por meio de obras. Quando se exclui do convívio cristão a mulher que corta o cabelo ou a que não usa véu, pode-se estar admitindo que a virtude cristã está no cabelo comprido e no uso do véu.
Nós sabemos, e nisso nos confortamos, que nós somos justificados diante de Deus somente pela fé em Cristo, de graça, e nesta fé, produziremos frutos que, entre outras coisas, consistem em moderação no vestir e no uso de adornos exteriores.
Paulo Kerte Jung, Pastor