O que é o “terceiro céu”, e qual o homem que foi arrebatado até ele, conforme 2 Coríntios 12.2: “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até o terceiro céu, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe?”
A grande maioria dos teólogos concordam em que o homem que foi arrebatado até o terceiro céu é o próprio apóstolo Paulo. Concordam também que o apóstolo se refere a si mesmo, na terceira pessoa do singular, por uma questão de humanidade diante de um episódio tão extraordinário de sua vida. E como “terceiro céu” devemos entender o lugar onde habitam Deus, os anjos e os salvos. Isso se comprova com o versículo 4 do mesmo capítulo, onde, repetindo a referência ao arrebatamento, Paulo diz que “foi ao paraíso”, citando, desta vez, o mesmo termo que Jesus citou na cruz quando garantiu ao malfeitor arrependido que ele estaria lá, junto com Cristo ( Lucas 23.43 ). Assim, o “terceiro céu” se identifica com o paraíso, lugar onde Cristo habita. Mas por que o apóstolo Paulo denomina esse lugar de “terceiro céu”? Não há uma resposta conclusiva para essa pergunta. Existem diferentes teses, das quais transcrevemos as principais, abaixo: 1 – O “terceiro céu” seria uma referência ao “céu” do cristianismo. Mais detalhadamente: o “primeiro céu” seria o espaço ocupado pelas aves em vôo; o “segundo céu” seria o espaço ocupado pelos astros e o “terceiro céu” seria o lugar da habitação de Deus, dos anjos e dos salvos; 2 – “Terceiro céu” seria uma alusão à divisão do templo de Jerusalém. Como sabemos, o templo de Jerusalém era constituído de 3 lugares distintos: o pátio exterior, o santo lugar e o santíssimo, que também era o lugar em que estava a arca, a habitação do Senhor. Assim, como “terceiro céu”, o apóstolo Paulo estaria estabelecendo uma relação entre o templo terreno e os céus, em que o “terceiro céu” correspondia ao lugar Santíssimo do templo terreno, a habitação do Senhor. 3 – O “terceiro céu” é uma alusão a um dos sete céus referidos freqüentemente na literatura judaica. E, tendo o apóstolo Paulo sido um estudioso dessa literatura, como fariseu que era antes da sua conversão ao cristianismo ( Atos dos Apóstolos 23.6 ), seria natural ele se referir a um desse sete céus, quando fala do seu arrebatamento ao “terceiro céu”. Esses sete céus da literatura rabínica devem ser compreendidos como diferentes graus de glória que são experimentados pelos salvos, em consonância com a sua santificação em vida. A forma mais comum pela qual o Novo Testamento se refere ao lugar em que Deus, os anjos e os salvos habitam, é o plural “céus”. Isto, no entendimento dos que defendem essa terceira tese, estaria apoiando a divisão que os judeus faziam do céu em sete céus. Dessa forma, o apóstolo Paulo teria sido arrebatado ao terceiro grau da glória do lugar onde habitam Deus, os anjos e os salvos. Temos que nos limitar a essas teses elaboradas pelos teólogos.A Bíblia não explica este tema com detalhes. O que sabemos com certeza é que o apóstolo Paulo foi arrebatado ao “terceiro céu”, que é o lugar onde habitam Cristo, com o Pai e o Espírito Santo, os anjos e os salvos. Talvez, uma das teses acima seja a resposta certa para a pergunta “por que este lugar é denominado de terceiro céu”?