Pode um leigo ou um professor ajudar o pastor na distribuição da Santa Ceia, inclusive administrando-a ao seu pastor? Não é isso contrário ao que diz o Artigo XIV da Confissão de Augsburgo?
Nas congregações e, particularmente, nas missões da IELB, onde os pastores não têm um colega pastor com mais freqüência ao alcance para dele receber a Santa Ceia, é costume autorizar um membro da diretoria ou outro homem da congregação para auxiliar o pastor na distribuição da Santa Ceia. Este homem também é autorizado pela congregação ou paróquia a distribuir os elementos da Santa Ceia ao pastor, quando não há outro pastor presente, para que ele não fique tempo excessivamente longo sem participar do sacramento. Esse procedimento está correto, segundo termos do Artigo acima citado? Precisamos distinguir entre administração e distribuição. A distribuição dos elementos pão e vinho não é o mesmo que administração da Santa Ceia. O leigo, e mesmo um pastor visitante, não chamados pela congregação, mas por ela autorizados, podem distribuir os elementos aos comungantes sem que, com isto, estejam administrando o sacramento. O Artigo XIV da Confissão de Augsburgo diz: “Da ordem eclesiástica ensinam que ninguém pode publicamente ensinar na igreja ou administrar os sacramentos a menos que seja legitimamente chamado” Note-se que este Artigo fala em administrar “os sacramentos”, e não administrar “o sacramento” da Santa Ceia especificamente. E os sacramentos são: Batismo e Santa Ceia. Assim sendo, este Artigo compreende também o Batismo. Logo, se quisermos que este Artigo da Confissão de Augsburgo proíba a distribuição dos elementos da Santa Ceia por um leigo, ele também deverá proibir o Batismo de emergência feito por leigos. E neste caso, ou a igreja tem errado constantemente em permitir estes procedimentos, ou não se aplica aqui este Artigo da Confissão de Augsburgo. Nós adotamos a segunda opção: O Artigo em questão não se aplica ao Batismo de emergência e nem à distribuição dos elementos da Santa Ceia. No caso da distribuição dos elementos pão e vinhos, este ato não é, necessariamente, “administração” nem uma função exclusivamente do pastor. Por isso, a distribuição pode ser feita por membros leigos, inclusive ao seu pastor. Mas então, quando acontece, e o que é a “administração” que o Artigo XIV da Confissão de Augsburgo entende como função exclusiva de pastor chamado? A administração compreende desde a preparação, a admissão pública aos sacramentos e o ato em si de consagrar e entregar à comunidade.