Qual é a visão cristã sobre o aborto?
Visão Cristã do Aborto
I. INTRODUÇÃO
– o termo “aborto”: “a ação de expulsar do útero o produto da concepção” (Dicionário).
– neste estudo: ação premeditada.
II. HISTÓRICO
– Cerca de 2000 a.C – China – uso do mercúrio para induzir o aborto
– 1800 a.C. – Código de Hamurabi – proibição do aborto.
– 1550 a.C. – papiro Ebers, do Egito – orientações para induzir o aborto
– Juramento de Hipócrates – “não ajudarei a uma mulher a buscar o aborto”.
– Grécia e Roma – técnicas de aborto.
– Ética judaico-cristã – aborto = crime.
III. QUANDO INICIA A VIDA HUMANA?
– muitas respostas: na concepção; na implantação do embrião na parede uterina; movimentação do bebê; nascimento.
– Suprema Corte Americana (1973): bebês não nascidos não são legalmente pessoas a serem protegidas pela Constituição.
– Jó 10.9-12; Sl 139.13-16; Sl 51.5; Lc 1.41
IV. O PRINCÍPIO GERAL
– Sendo a vida um dom de Deus e tendo ela dignidade que vem do próprio Deus, independente do estado em que esta vida se apresente ou do que ela pode oferecer à sociedade, a prática do aborto premeditado se constitui em uma ação basicamente contrária à vontade de Deus, constituindo-se em pecado contra o 5° mandamento: “Não matarás”.
Em 17 de agosto de 2018, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, publicou uma posição oficial sobre o aborto. Abaixo, o texto completo:
A POSIÇÃO DA IELB SOBRE O ABORTO
Visto que o aborto foi levado ao Supremo Tribunal Federal e ali foi discutido em audiência pública, líderes de igrejas também se manifestaram. Alguns colocaram sua posição contrária ao aborto, outros, porém, colocaram-se a favor. Diante disso, também a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) foi questionada a respeito. Em resposta, evidentemente, não é possível dar um longo parecer. No entanto, trazemos, de forma resumida, a posição da IELB. Em primeiro lugar, a IELB chama atenção para o fato de que julgamentos feitos por cortes judiciais, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, sobre a legalidade ou ilegalidade de ações das pessoas, não resolvem assuntos morais e não são determinativos para a consciência cristã. Em segundo lugar, quanto ao aborto, evidentemente, ocorrem abortos espontâneos e inevitáveis, que se equiparam à morte de uma pessoa. Agora, quanto a abortos provocados, a posição da IELB é esta: Visto que o aborto provocado implica em tirar uma vida humana, ele não é uma opção moral viável, a não ser que se trate de um infeliz e inevitável procedimento médico necessário para evitar a morte de outro ser humano, a saber, da mãe. Se não houver esta infeliz e inevitável necessidade de escolha entre duas vidas, o aborto provocado se equivale ao assassinato, pois claramente é uma desobediência aberta ao quinto mandamento, dado por Deus, que diz: “Não mate” (Êxodo 20.13). Isto, porque, do ponto de vista bíblico, o embrião humano já é um ser humano, conforme Davi, inspirado pelo Espírito Santo, claramente confessa no Salmo 139.13-16 (NAA): Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe. Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda existia.
Além de o aborto provocado ser uma séria ofensa contra o quinto mandamento, ele também é ofensa contra o primeiro mandamento, em que Deus diz: “Não tenha outros deuses diante de mim” (Êxodo 20.3). Pois a ação de abortar claramente é manifestar rejeição de honrar a Deus como o Criador e de buscá-lo acima de tudo em tempos de necessidade. Assim, isso se encaixa naquilo que diz o apóstolo Paulo, em Romanos 1.32: “Embora conheçam a sentença de Deus, de que os que praticam tais coisas são passíveis de morte, eles não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam”. Portanto, em consonância com o ensinamento bíblico, a IELB é contrária à prática do aborto provocado de forma indiscriminada. Atenciosamente,
Rev. Dr. Rudi Zimmer Presidente da IELB