Para: terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Texto: Isaías 63.7-14
“E todos os dias, ano após ano, ele os pegava e carregava no colo.” (Is 63.9)
Em muitas culturas, filhos pequenos são praticamente amarrados no corpo da mãe, ou são levados em bolsas ou mochilas especiais, para que estejam seguros e permitam que a mãe tenha mobilidade e braços livres para o trabalho. Mas o melhor disso, segundo os especialistas, é o contato da criança com o corpo da mãe. Afeto, calor, voz conhecida e querida que a ajudam a se sentir como no colo da mãe.
O profeta Isaías revela a essência de Deus no trato com os seres humanos: “O Senhor nos abençoou ricamente, ele mostrou grande bondade para com o seu povo por causa da sua compaixão e do seu grande amor” (Is 63.7). Por causa do seu amor e da sua compaixão, ele nos oferece salvação. Por isso, séculos depois, o apóstolo João disse a pequena e importante frase: “Deus é amor” (1Jo 4.8). No entanto, esse amor divino não é o amor, o carinho e o afeto como geralmente os seres humanos entendem, ou seja, não é como uma forte paixão no começo e que, depois de um tempo, experimenta um decréscimo nas expressões de carinho. Isaías complementa o relato das intenções e ações amorosas de Deus: “E todos os dias, ano após ano, ele os pegava e carregava no colo” (Is 63.9).
Deus não se cansa. Nós, crianças rebeldes, nos enganamos pensando que longe do colo de Deus seremos livres e teremos uma vida melhor. Mexemos os braços, esperneamos como se conseguíssemos andar, nos alimentar e viver sozinhos, por conta própria. E, quando nós nos jogamos para longe do colo de Deus, imediatamente colhemos culpa, insatisfação, condenação. E o choro vem.
Felizmente, ele é fiel mesmo quando nós, como crianças rebeldes, tentamos nos afastar dos seus braços. Ele enviou Jesus que, morrendo na cruz, nos coloca novamente no colo do Pai, com o seu perdão. E enxuga as nossas lágrimas.
Oremos: Amoroso Deus, que não se cansa de nos carregar no colo em todos os momentos, ano após ano, ajuda-nos a viver neste amor constante e intenso. Amém.